Órgãos de Tubos

ÓRGÃO GRENZING

Além do uso litúrgico, Grenzing será usado para fins acadêmicos e culturais  

O órgão de tubos Gerhard Grenzing foi inaugurado no templo da Catedral no dia 22 de março de 2019 com concerto da Orquestra Sinfônica da USP (Osusp) e do Coro da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), sob a regência de Valentina Peleggi, tendo como solista o organista e professor do Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, José Luís de Aquino.

O reitor da USP, Prof. Vahan Agopyan,  e o pastor titular da Catedral Evangélica, Reverendo Valdinei Ferreira, autoridades e convidados da área da Música, participaram do concerto inaugural, que apresentou a Tocata e Fuga em Ré Menor, de J.S. Bach; trechos de “O Messias”, de G.F. Händel; e a Sinfonia nº 3, de C. Saint-Saëns.

No dia 23, nova apresentação, com o mesmo repertório, deu início à série de concertos gratuitos e abertos ao público. A programação, que vai até junho de 2019, inclui a participação de convidados especiais, como o professor da Universidad Nacional de las Artes de Buenos Aires, Luis Caparra.

O próprio organeiro Gerhard Grenzing esteve presente nos concertos e aprovou o resultado da instalação, feita por técnicos vindos do exterior em conjunto a profissionais de empresas brasileiras.

O órgão, fabricado pela empresa Gerhard Grenzing, é composto por cinco corpos, 3.400 tubos de metal e 175 tubos de madeira.

 

Histórico

A cessão do órgão de tubos da USP para a Catedral Evangélica foi formalizada por meio de um convênio, assinado em setembro de 2017, envolvendo as duas instituições e a Fundação Mary Harriet Speers – responsável pelo aporte financeiro do projeto – com o objetivo de apoiar, incentivar, assistir, desenvolver e promover a cultura, a educação e tornar a música acessível para parcelas maiores e mais carentes da população.

A parceria com a Escola de Comunicações e Artes (ECA) tem permitido o desenvolvimento de atividades didático-acadêmicas com alunos e docentes do Departamento de Música da Escola e, por seu intermédio, com professores e estudantes vinculados às universidades e escolas de música do Estado de São Paulo.

O órgão foi adquirido pela Universidade em 2013 e, inicialmente, seria instalado no Centro de Convenções, no campus de São Paulo. Entretanto, por conta das restrições orçamentárias da Universidade e da suspensão das obras, o processo de construção do Centro foi interrompido.

No final de 2015, o Conselho Universitário havia aprovado a instalação do instrumento na Catedral Metropolitana de São Paulo, na Praça da Sé, o que não se efetivou por questões de ordem técnica. Em julho de 2017, o Conselho aprovou a cessão à Catedral Evangélica de São Paulo (Primeira Igreja Presbiteriana Independente de São Paulo).

ÓRGÃO AUSTIN

Austin: 31 anos tocando em emoções

No dia 6 de março de 1988, a Primeira Igreja Presbiteriana Independente de São Paulo vivia momentos tão intensos em emoções quanto os que vivei no início de 2019, com a chegada do órgão G. Grenzing. Os motivos também são semelhantes: aniversário da Igreja, que completava 123 anos na época; inauguração do seu primeiro órgão de tubos, um Austin, doado pela Igreja Presbiteriana de Greenville, da Carolina do Sul (EUA), e conclusão de reforma e pintura do templo, executadas em decorrência e em paralelo às obras de instalação do instrumento.

Este senhor de 77 anos – hoje com 108! – trouxe grande alegria para a Igreja, pois ampliou a qualidade da música executada nos cultos de adoração a Deus e proporcionou novas possibilidades musicais. Foi nos teclados da sua consola que muitos organistas brasileiros puderam exercitar e desenvolver seus talentos musicais; alguns saíram do ambiente sacro da Catedral direto para escolas de música de outras partes do mundo. Mas também houve movimento no sentido contrário: músicos vindos de outros países vieram tocar no Austin, tanto nos cultos como em eventos culturais.

O órgão Austin foi inaugurado e consagrado nos cultos matutino e vespertino de 6 de março de 1988. Pela manhã, Norah Buyers – organista e missionária norte-americana que trabalhou no Brasil e foi responsável por conseguir a doação do órgão – tocou as músicas da liturgia e os hinos congregacionais. Após a mensagem proferida pelo Reverendo Abival Pires da Silveira, Ary Aguiar Júnior – que havia sido organista da Primeira Igreja e fez o último concerto no Austin antes da desmontagem dele nos Estados Unidos – fez breve participação, tocando músicas de J. S. Bach, F. Liszt e G. Young. O culto foi encerrado com “Aleluia”, de G.F. Händel, cantado pelo Coral. No culto da noite, a organista Elisa Freixo apresentou Recital de Música Sacra, com obras de F. Mendelsson, P. Planyavisky, J. S. Bach e C. Frank.

O projeto e a execução das obras para instalação do órgão Austin foram feitos pela empresa brasileira Oficina de Arquitetura e coordenados pelos arquitetos João Marcos de Almeida Lopes, Roberto Almenara de Freitas, Wagner Germano e Vitor Lotufo. Entre os muitos colaboradores estavam Arialdo Germano, Ananias Fidelis, Carolina Milanesi e os oficiais Nicodemos, Sebastião e Zito. O organeiro Warwick Kerr Jr. acompanhou a instalação.

Fabricado em 1911, o Austin foi ampliado em 1949 com acréscimo de três registros e troca do console. Possui 1700 tubos, 27 registros, dois manuais completos e pedaleira com 32 notas. Desde sua instalação no templo da Catedral Evangélica de São Paulo, em 1988, nunca deixou de ser utilizado nos cultos, e continuará em funcionamento ao lado do órgão G. Grenzing. Em breve a Catedral fará projeto de restauração do Austin, que demandará patrocínio externo.